Rev. Adm. Saúde (On-line), São Paulo, v. 21, n. 85: e301, out. – dez. 2021, Epub 03 jan. 2022

http://dx.doi.org/10.23973/ras.85.301

 

 

ARTIGO DE REVISÃO

 

Panorama da produção científica brasileira sobre gestão por competências na área da saúde

Overview of brazilian scientific production on skills management in the health area

 

 

Rosane Cristina Piedade Tamada1, Lidiane Cristina da Silva2, Isabel Cristina Kowal Olm Cunha3

 

1. Administradora pública, doutora em ciências. Assessora de Gabinete da Reitoria da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo SP.

2. Engenheira da computação, mestre em informática e gestão do conhecimento. Superintendente da Tecnologia da Informação da UNIFESP, São Paulo SP.

3. Enfermeira, livre docente em administração em enfermagem. Professora associada da Escola Paulista de Enfermagem da UNIFESP, São Paulo SP.

 

 

 

RESUMO

Estudo bibliométrico que objetivou analisar a produção científica no Brasil sobre a temática ‘gestão de competências na saúde’, oriunda de artigos científicos e trabalhos apresentados em eventos, utilizando-se a base de dados da Plataforma Lattes. Das 2.584 produções sobre competências, apenas 117 (4,53%) tratava-se de pesquisas relacionadas à área da saúde. Destas, apenas 16 (0,62%) eram sobre gestão por competências. As publicações se intensificaram a partir de 2007, com auge de trabalhos entre os anos de 2010 e 2015. Há uma distribuição homogênea nas publicações em periódicos e em congressos, quando comparado os resultados gerais e os específicos da área da saúde. Os autores, na sua maioria, pertencem às universidades públicas da região sudeste do país, com destaque para a UFMG e UNIFESP. A área da saúde ainda é pouco estudada pelos pesquisadores, merecendo maior atenção considerando seu papel social e estratégico na sociedade, ainda mais evidenciado na atual pandemia do coronavírus.

Palavras-chave: Gestão de pessoas. Competência profissional. Bibliometria. Área da saúde.

 

ABSTRACT

Bibliometric study that aimed to analyze scientific production in Brazil on the theme ‘health skills management’, derived from scientific articles and papers presented at events, using the Lattes Platform database. Of the 2,584 productions on skills, only 117 (4.53%) were related to health research. Of these, only 16 (0.62%) were about competency management. Publications have intensified since 2007, with a peak of work between the years 2010 and 2015. There is a homogeneous distribution in publications in journals and in congresses, when comparing general and specific results in the health area. Most of the authors belong to public universities in the southeastern region of the country, with emphasis on UFMG and UNIFESP. The health area is still little studied by researchers, deserving greater attention considering its social and strategic role in society, which is even more evident in the current pandemic of the coronavirus.

Keywords: People management. Professional competence. Bibliometrics. Health area.

 

 

 

INTRODUÇÃO

Organizações de saúde, independentemente do tamanho, são sempre complexas. Seus processos são padronizados por regras impostas tanto pelo governo, quanto pelos compradores de serviços e representantes de categorias de trabalhadores. A sua mão de obra é altamente especializada e qualificada. Diante disso, estão presentes profissionais de diferentes áreas no mesmo ambiente de trabalho (médicos, enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos, fisioterapeutas, entre outros) o que leva a interesses nem sempre convergentes. Gerenciar uma organização de saúde pressupõe o entendimento de toda essa complexidade.1-2

Tal situação é conflitante, sendo necessária a inovação contínua dos processos que visa manter a competitividade no mercado. Trata-se de um grande desafio para os gestores de saúde.1 Lidar com a diversidade de profissionais, que requerem certa autonomia, só é possível num ambiente que possibilite o diálogo e a negociação. Ao mesmo tempo em que se preocupam com suas carreiras profissionais, esses colaboradores devem ser envolvidos nos objetivos da organização.

As organizações de saúde enfrentam grandes desafios para abandonarem os métodos e estratégias tradicionais, originárias da teoria clássica da administração e construírem novas formas de gestão, baseadas na participação, práticas cooperativas e interdisciplinares.2

Não há um modelo de gestão ideal, uma receita única para o sucesso de qualquer organização e da mesma forma, as organizações de saúde devem levar em conta sua história, missão, visão e valores, assim como a cultura organizacional. Todos esses fatores tornam uma organização única, o que demanda ações específicas de gestão. Assim, alguns modelos aplicáveis à área da saúde, como a Gestão da Qualidade, as Redes de Atenção à Saúde – RAS, a Gestão Estratégica e a Gestão Participativa – Cogestão, são algumas possibilidades para o enorme desafio neste segmento.3

Diante de todo exposto, concluiu-se que os novos modelos de gestão em saúde exigem também a mudança de paradigmas e novas posturas tanto dos trabalhadores como dos gestores. Temas como conhecimento, capital intelectual, competências, liderança, competitividade, têm merecido destaque nas discussões e se tornaram prioridades nas organizações.4-5 Além disso, vários autores contemporâneos demonstram que o que de fato diferencia as empresas líderes em diversos segmentos de mercado, atualmente, é a qualidade de seus recursos humanos e a forma como as competências individuais são exploradas.6-7

Nesse sentido, o modelo de gestão por competências vem de encontro a essas necessidades, tornando-se essencial para que as organizações consigam manter a competitividade frente à concorrência, promovendo o desenvolvimento de habilidades e competências e agregando valor aos negócios e à própria pessoa.8-9

Embora tenha sua origem no contexto jurídico, a palavra competência passou ao longo dos anos por um processo histórico de transformação. Seu conceito vem se apresentando com características de elasticidade, adaptando-se ao longo de sua história tanto na área do trabalho, como na área da educação.10 Nas últimas décadas, a palavra competência se adaptou ao mundo dinâmico, das incertezas, da competitividade e da flexibilidade.

O conceito de competências foi estruturado pela primeira vez na literatura acadêmica em 1973 por David McClelland.11 Ao historiar este conceito, Fleury e Fleury12 relatam que neste primeiro momento, a competência seria uma característica pessoal que propiciaria desempenho superior. Dutra13, ao continuar o relato histórico do termo competência, menciona que na sequência este conceito estaria relacionado às demandas de determinado cargo, sugerindo ações ou comportamentos esperados. Já segundo Fleury e Fleury12, o conceito de competência seria o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que justificam um desempenho superior, ou seja, um estoque de recursos que o indivíduo detém.

A visão da competência como estoque de recurso foi ampliada pela literatura francesa, em que pesquisadores associaram o conceito de competência à ideia de agregação de valor e entrega12-13. Os autores definem competência como “um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”.

Consultores e estudiosos em gestão estratégica sinalizam que o caminho para as empresas sobreviverem passa necessariamente pela identificação, obtenção e desenvolvimento das competências essenciais no seu quadro de colaboradores.8 Daí a enorme importância da gestão de pessoas baseada em competências, a qual deve estar alinhada às estratégias da organização orientando todas as ações da área de recursos humanos, desde o recrutamento, seleção, treinamento e a avaliação do desempenho de seus colaboradores.8,13

É inegável que o estudo do tema das competências já avançou muito. Pesquisas mais recentes vêm sedimentando, ao longo do tempo, a importância da utilização de modelos de gestão por competências nas organizações. Os resultados destes trabalhos apresentam modelos teóricos que buscam adequar os objetivos organizacionais com as práticas de gestão de pessoas. Além disso, vêm se reconhecendo a importância em alinhar as necessidades organizacionais e de seus stakeholders aos modelos de gestão por competência.14

Sendo assim, a utilização de modelos de gestão por competência e sua aplicação em diferentes contextos organizacionais está possibilitando a compreensão do capital humano, trazendo, dessa forma, maior eficiência e eficácia organizacional. Destaca-se que a bibliometria vem sendo utilizada nas diversas áreas do conhecimento como metodologia para a obtenção de indicadores de avaliação da produção científica. De forma geral, o princípio da bibliometria é analisar a atividade científica ou técnica pelo estudo quantitativo das publicações.15

Diante disso, surge a necessidade de investigar como o campo da gestão por competência na saúde vem se comportando em relação ao desenvolvimento de produção científica nacional. Para isso será utilizada a base de dados da Plataforma Lattes, criada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq16, principalmente por possuir uma característica curricular, agregando toda a produção bibliográfica dos pesquisadores (artigos, patentes, congressos, orientações de alunos etc.) 17. Os objetivos deste trabalho foram identificar a produção científica brasileira sobre a gestão por competências na saúde ao longo do tempo (seus pesquisadores e geoposicionamento, as instituições de pesquisa e principais periódicos que publicam o assunto) e analisar os indicadores bibliométricos.

 

MÉTODO

Para a análise da produção científica no Brasil sobre a temática ‘gestão de competências na saúde’, oriunda de artigos científicos e trabalhos apresentados em eventos, foi definida a utilização de uma pesquisa descritiva, documental, com a utilização da bibliometria.

A bibliometria é uma técnica de pesquisa para apoio na análise e avaliação da produção intelectual científica de uma determinada área, considerando-se um período prolongado, com um número significativo de amostras, a partir do emprego de métodos quantitativos.18-19

Apesar da existência de outras bases de dados para obtenção de informações referentes à pesquisa em nível de pós-graduação stricto sensu no Brasil, foi definida a Plataforma Lattes por ser a mais consolidada para este nível de pesquisadores.20 Na Plataforma Lattes as informações são de caráter auto declaratórias e utilizadas por exemplo, na avaliação de cursos de pós-graduação, havendo obrigação dos pesquisadores manterem seus currículos atualizados.

Deste modo, a partir do mecanismo de busca simples na Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, foi selecionada apenas a base de doutores de nacionalidade brasileira, utilizando-se apenas duas palavras-chave: ‘gestão de competência’ ou ‘gestão por competência’.

A coleta de dados foi realizada em 07 de maio de 2019, com o levantamento de todos os currículos Lattes aderentes aos critérios de pesquisa, totalizando 1.172 currículos que foram inseridos num banco de dados criado para esta pesquisa. Juntos, esses pesquisadores somam 65.535 produções bibliográficas do tipo artigo completo, resumo expandido e trabalho completo em congresso. Na fase de consolidação foram eliminadas possíveis duplicações, excluindo títulos de trabalhos fora da temática proposta.

Inicialmente selecionou-se nessa base todos os artigos que continham a palavra “competência” e/ ou “gestão” no título. Chegou-se a 2.584 trabalhos, distribuídos entre artigos em periódicos, resumos expandidos e trabalhos completos apresentados em congressos.

 

Figura 1. Representação da pesquisa na Plataforma Lattes.

Das 2.584 publicações, 2.133 referiam-se a ‘competências’ (competências profissionais, individuais e gerenciais) e apenas 451 tratavam de ‘gestão por competências’.

Também se verificou que das 2.584 produções, apenas 117 tratavam-se de temas relacionados à área da saúde. Para chegar a essa constatação, consultou-se nos títulos a existência dos seguintes radicais: ‘enferm%’, ‘saúde’, ‘medic%’, ‘clínic%’ e ‘hospit%’.

A figura a seguir sistematiza como essas produções foram agrupadas e acrescenta-se que dentro dos 117 trabalhos da área da saúde, 101 foram classificados com a temática ‘competência’ e apenas 16 como ‘gestão por competência’.

 

Figura 2. Classificação dos trabalhos por temática e área.

 

A Plataforma Sucupira, sistema on-line disponibilizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), foi utilizada para conferência em relação à classificação dos periódicos no sistema Qualis (última avaliação trienal disponível: 2017, referente ao quadriênio 2013-2016, áreas da Administração e Interdisciplinar.21 Essas áreas foram selecionadas pelo fato da gestão por competências se inserir no campo da gestão de pessoas e, portanto, da Administração, além de outras áreas interdisciplinares.

Com isso, procedeu-se a análise bibliométrica desta pesquisa, mediante os seguintes indicadores:

1)    Total de produção por tipo de trabalho (periódicos e trabalhos completos apresentados em eventos) por ano (série histórica);

2)    Pesquisadores com maior produção;

3)    Instituições de Ensino Superior (IES) dos pesquisadores com maior produção, em conjunto com a respectiva categoria administrativa, região do país e estado da federação;

4)    Frequência das palavras ou termos encontrados nos títulos (nuvem de palavras);

5)    Periódicos das áreas da Administração e Interdisciplinar que mais publicaram sobre o assunto e seus respectivos Qualis;

6)    Características da produção científica sobre a gestão por competências na área da saúde.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Total de trabalhos publicados em periódicos e eventos (série histórica).

Foram localizados 2.584 trabalhos período de 1980 a 2018. Apresenta-se junto ao Gráfico 1 o total de artigos em periódicos e trabalhos completos publicados em anais de eventos, relacionados à temática competências/ gestão por competência.

 

Gráfico 1. Total de trabalhos publicados ano a ano.

Gráfico, Gráfico de barras

Descrição gerada automaticamente

 

Em 1980 encontrou-se o primeiro trabalho na categoria que trata de competências e só em 1998 surge o primeiro trabalho tratando de gestão por competências, ou seja, após dezoito anos. Já o início do debate sobre competências nos Estados Unidos ocorreu em 1973, com David C. McClelland e a publicação do artigo Testing for Competence rather than Intelligence, o qual discutiu a temática entre psicólogos e administradores.11

Desde 1998 verifica-se crescimento da produção até 2009, seguido de leve queda nos anos de 2010 e 2011 e oscilando nos anos seguintes. O ano de 2012 foi o de maior produção no período analisado com 187 trabalhos.

Em levantamento das publicações nos principais periódicos nacionais da área da administração e nos anais dos eventos da ANPAD (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração), entre 2005 e 2016, pesquisadores também relatam o crescimento da produção científica sobre gestão de pessoas ao longo dos anos, atingindo seu ápice, porém, em 2014.22 Tal fato se deve ao crescimento de publicações nos anais dos eventos da ANPAD (433%). Os autores ressaltam que a alteração ano a ano de publicações nos periódicos é relativamente estável e ainda chamam a atenção para quedas expressivas e consecutivas nas produções de artigos nos anos 2015 e 2016, tendência observada nesta pesquisa nos anos de 2016, 2017 e 2018.

Dentre os 2.584 trabalhos, 985 são artigos em periódicos, 118 resumos expandidos em congresso e 1.481 trabalhos completos em congressos. Dessa forma, os trabalhos apresentados em congressos (resumos e trabalhos completos) representam a maioria das publicações (61,76% do total), enquanto os trabalhos em periódicos representam 38,24% do total da produção geral auferida.

Em estudo sobre o panorama da Gestão de Pessoas no setor público,22 identificou-se publicações em poucas revistas e a importância de se analisar a produção acadêmica em Gestão de Pessoas no setor público a partir dos anais dos eventos. Esta conclusão foi ratificada nesta pesquisa pela predominância das publicações sobre a gestão por competências nos anais de congressos e eventos. Destaca-se, no entanto, que nos estudos de revisão esta produção é considerada literatura cinzenta.

 

Tabela 1. Total de trabalhos por tipo.

Competência

Gestão por Competência

Total

TIPO

n

%

n

%

n

%

Artigo em periódico

834

39,10%

151

33,48%

985

38,24%

Resumo expandido em Congresso

101

4,72%

17

3,77%

118

4,56%

Trabalho completo em Congresso

1.198

56,03%

283

62,75%

1.481

57,20%

Total geral

2.133

100,00%

451

100,00%

2.584

100,00%

 

Vale ressaltar a diferença entre o conceito de ‘competências’ e a ‘gestão por competências’. O primeiro se refere às competências individuais ou profissionais de cada colaborador. Já a gestão por competência possui um caráter estratégico, onde as organizações definem um conjunto de competências que esperam de seus colaboradores e trabalham para que essas competências possam ser úteis na busca dos objetivos organizacionais.23 Trata-se de um modelo gerencial no qual o conceito de competências perpassa diversos níveis da organização, desde o corporativo até o individual, passando pelo divisional e o grupal. Fica evidente, desta forma, a importância de a gestão por competências estar em perfeita sintonia com a estratégia organizacional.8,24

Os trabalhos foram categorizados em dois tipos: aqueles que tratam de competências e aqueles que tratam da gestão por competências. Os trabalhos que tratavam de competências são a maioria, com 2.133, sendo que os que tratavam da gestão por competência, apenas 451 (21,14%).

O tema ‘Gestão por Competências’ esteve no auge das publicações no ano de 2015, quando foram encontrados 37 trabalhos. Nos anos seguintes a temática foi menos trabalhada, totalizando 18, 19 e 17 nos anos 2016, 2017 e 2018 respectivamente.

Pesquisa bibliométrica sobre competências e Gestão por Competências destaca também a predominância dos estudos qualitativos e conceitos de competências individuais e seus elementos constitutivos – conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA),25 assim como revelado em 2007 no trabalho de Brandão.26 O autor, ao analisar a produção científica nacional sobre competências no trabalho, no período de 1996 a 2004 em importantes periódicos brasileiros das áreas de Psicologia e Administração, já naquela época ressaltou a falta de investigações sobre como a competência do indivíduo pode influenciar sua equipe e a organização, ou seja, como pode produzir impactos em diferentes níveis organizacionais e no alcance dos objetivos das instituições.26

Apesar da pouca ênfase em pesquisas sobre a gestão por competências, este é um dos temas emergentes em gestão de pessoas.27

 

Autores com maior produção em periódicos e eventos

A Tabela 2 traz os autores que publicaram mais de 20 trabalhos com as temáticas ‘competências’ ou ‘gestão por competência’.

 

Tabela 2. Autores com mais de 20 publicações nas temáticas.

 

Autor

Área

Instituição

Artigos em Periódicos

Resu-mos Expan-

didos

Trabalhos Completos em Eventos

Total Geral

Kely Cesar Martins de Paiva

Administração

Universidade Federal de Minas Gerais

25

21

22

68

Claudia Cristina Bitencourt

Administração

Universidade do Vale do Rio dos Sinos

17

1

26

44

Maria Tereza Leme Fleury

Administração

Fundação Getúlio Vargas - SP

14

27

41

Anderson de Souza Sant'Anna

Administração

Fundação Dom Cabral

12

1

26

39

Allan Claudius Queiroz Barbosa

Administração

Universidade Federal de Minas Gerais

16

21

37

Janette Brunstein

Educação

Universidade Presbiteriana Mackenzie

15

17

32

Isabel Cristina Kowal Olm Cunha

Enfermagem

Universidade Federal de São Paulo

24

5

1

30

Bruno Henrique Rocha Fernandes

Administração

Pontifícia Universidade Católica do Paraná

13

17

30

Regina Celia Baptista Belluzzo

Ciência da Informação

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

21

3

5

29

Luciano Munck

Administração

Universidade Estadual de Londrina

15

1

12

28

Tania Nobre Goncalves Ferreira Amorim

Administração

Universidade Federal Rural de Pernambuco

11

16

27

Antonio Carlos de Francisco

Engenharia de Produção

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

4

23

27

Paulo Cesar Negreiros de Figueiredo

Administração

Fundação Getúlio Vargas

9

16

25

Catarina Cecilia Odelius

Administração

Universidade de Brasília

8

9

8

25

Zelia Miranda Kilimnik

Administração

Fundação Mineira de Educação e Cultura

10

2

12

24

Grace Vieira Becker

Administração

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

4

20

24

Adriane Vieira

Administração

Universidade Federal de Minas Gerais

4

6

13

23

Fernando Selmar Rocha Fidalgo

Educação

Universidade Federal de Minas Gerais

8

15

23

Roberto Lima Ruas

Administração

Universidade Nove de Julho

7

1

14

22

Hugo Pena Brandao

Administração

Banco do Brasil

9

13

22

Marcos Baptista Lopez Dalmau

Administração

Universidade Federal de Santa Catarina

11

10

21

Adelaide Maria Coelho Baeta

Administração

Centro Universitário de Sete Lagoas

11

10

21

Claudia Simone Antonello

Administração

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

6

2

13

21

Marilsa de Sa Rodrigues

Psicologia

Universidade de Taubaté

4

2

14

20

Anielson Barbosa da Silva

Administração

Universidade Federal da Paraíba

6

14

20

Reginaldo de Jesus Carvalho Lima

Administração

3

16

19

Monica de Fatima Bianco

Administração

Universidade Federal do Espírito Santo

6

1

12

19

Simone Costa Nunes

Administração

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

8

11

19

Felipe Mendes Borini

Administração

Escola Superior de Propaganda e Marketing

10

9

19

Silvio Roberto Stefano

Administração

Universidade Estadual do Centro-Oeste

8

10

18

Barbara Galleli Dias

-

-

7

2

8

17

Sandra Regina da Rocha Pinto

Educação

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

6

10

16

Lindolfo Galvao de Albuquerque

Administração

Universidade de São Paulo

8

8

16

Simone Portella Teixeira de Mello

Administração

Universidade Federal de Pelotas

6

2

8

16

Lidia Micaela Segre

Administração

Universidade do Grande Rio

3

12

15

Djair Picchiai

Administração

Faculdade Campo Limpo Paulista

11

4

15

Afonso Carlos Correa Fleury

Engenharia de Produção

Universidade de São Paulo

7

8

15

Aline Franca de Abreu

Ciência da Computação

Universidade Federal de Sergipe

3

12

15

Jairo Eduardo Borges-Andrade

Psicologia

Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia

10

4

1

15

 

Dos 39 autores com mais de quinze trabalhos publicados, 28 são da área de administração, 3 da área Educação, 2 da Engenharia da Computação e 2 da Psicologia. Já nas áreas de Enfermagem, Ciência da Computação e Ciência da Informação, somente um autor constou da lista.

A prevalência da área da Administração também se observa nos trabalhos de Bandeira, Arruda, Cabral, Santos22 e de Araújo Júnior, Martins,28, ambos estudos bibliométricos sobre o tema das competências no setor público.

 

Instituições de Ensino Superior (IES) dos pesquisadores com maior produção, com a respectiva categoria administrativa, região do país e estado da federação

A Tabela 3 elenca as Instituições de Ensino Superior (IES) às quais os pesquisadores com mais de 20 trabalhos estão vinculados.

 

Tabela 3. Instituições de Ensino Superior (IES) dos pesquisadores que publicaram mais de 20 trabalhos com as temáticas ‘competência’ ou ‘gestão por competência’.

Nome da Instituição

Categoria Adminis-trativa

Região

UF

Artigos em Perió-

dicos

Resumos Expan-

didos

Trabalhos Completos em Eventos

Total Geral

Universidade Federal de Minas Gerais

pública

Sudeste

MG

63

28

82

173

Universidade de São Paulo

pública

Sudeste

SP

53

2

92

147

Universidade de Brasília

pública

Centro-Oeste

DF

41

13

41

95

Universidade Federal de Santa Catarina

pública

Sul

SC

33

56

89

Fundação Getúlio Vargas

privada

Sudeste

SP

31

56

87

Universidade do Vale do Rio dos Sinos

privada

Sul

RS

27

2

39

68

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

pública

Sul

RS

18

3

44

65

Pontifícia Universidade Católica do Paraná

privada

Sul

PR

24

28

52

Universidade Federal da Paraíba

pública

Nordeste

PB

15

1

34

50

Fundação Dom Cabral

privada

Sudeste

SP

15

1

27

43

Universidade Federal do Espírito Santo

pública

Sudeste

ES

16

1

26

43

Universidade Estadual de Londrina

pública

Sul

PR

22

1

17

40

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

privada

Sudeste

SP

21

4

12

37

Universidade Presbiteriana Mackenzie

privada

Sudeste

SP

15

17

32

Banco Central do Brasil

pública

Centro-Oeste

DF

13

17

30

Universidade Federal de São Paulo

pública

Sudeste

SP

22

6

1

29

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

privada

Sul

RS

5

23

28

Escola Superior de Propaganda e Marketing

privada

Sudeste

SP

14

13

27

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

privada

Sudeste

RJ

8

19

27

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

pública

Sul

PR

4

23

27

Universidade Federal Rural de Pernambuco

pública

Nordeste

PE

10

16

26

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

privada

Sudeste

MG

10

15

25

Fundação Mineira de Educação e Cultura

privada

Sudeste

MG

10

2

12

24

Universidade Federal de São Carlos

pública

Sudeste

SP

4

1

17

22

Universidade Nove de Julho

privada

Sudeste

SP

7

1

14

22

Centro Universitário de Sete Lagoas

privada

Sudeste

MG

11

10

21

Faculdade Novos Horizontes

privada

Sudeste

MG

11

9

20

Universidade de Taubaté

privada

Sudeste

SP

4

2

14

20

TOTAL

 

 

 

527

68

774

1369

 

Seguindo a mesma tendência dos autores com maior produção, nota-se que dentre as instituições que mais publicaram, 13 são públicas (46,4%), 15 privadas (53,5%) e 1 pertence ao Banco do Brasil, sociedade de economia mista.

As pesquisas de Bandeira, Arruda, Cabral, Santos,22 Martins, Costa, Fernandes, Faria, Ribeiro27 e Araújo Júnior, Martins28 também revelaram que os principais pesquisadores estão vinculados, em sua maioria, a universidades públicas (estaduais e federais).

A região Sudeste se destaca nas publicações, com 17 instituições de ensino (60,7%), seguida da região Sul com 7 (25%), Nordeste e Centro-Oeste com 2 instituições cada região (14,3%). Não foram identificadas instituições da região Norte do país.

Mesmo panorama foi identificado em estudo no qual a região Sudeste possui destaque nas publicações, principalmente o estado de Minas Gerais que apresenta maior percentual de autores devido ao grande volume de publicações da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).22 Além disso, Minas Gerais é o estado com maior número, 13 no total, de Universidades Públicas do país, representando 46,4% das Universidades Públicas da região Sudeste. Também não foi identificada produção acadêmica da região Norte do país. Os autores relatam que tal resultado pode ter justificativa pelo fato da região apresentar a menor densidade demográfica e quantidade de instituições de ensino superior, apenas 17 universidades, entre públicas e privadas, sendo que os estados de Rondônia e do Acre possuem apenas 1 universidade cada.22

Já nesta pesquisa, no âmbito da região Sudeste, São Paulo é o estado com maior número de pesquisadores, 10 do total (58,8%), seguido de Minas Gerais, com 5 (29,4%) e Rio de Janeiro e Espírito Santo, com 1 instituição cada (11,8%). No estudo de Bandeira, Arruda, Cabral, Santos,22 o estado de São Paulo teve baixa contribuição. Os autores relatam que em pesquisas bibliométricas anteriores sobre a produção científica no tema das competências, São Paulo apresentava-se como líder devido à produção dos autores da Faculdade de Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Quando pesquisado o setor público (que é o caso dos autores), essa grande expressividade do estado diminui consideravelmente, indicando que, provavelmente, a produção da FEA-USP está mais vinculada ao setor privado.

Por fim, neste estudo merece destaque a Universidade Federal de Minas Gerais com 173 trabalhos publicados sobre a temática, seguido da Universidade de São Paulo, com 147 publicações e Universidade de Brasília (UNB), com 95 trabalhos. Resultados semelhantes foram constatados na pesquisa de Martins, Costa, Fernandes, Faria, Ribeiro,27 onde destacaram as instituições: Fundação Getúlio Vargas - FGV/RJ, UFMG, UNB, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS/RS, Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e Finanças - FUCAPE/ES.

 

Frequência das palavras ou termos encontrados nos títulos

A Figura 3 indica a frequência das palavras constantes dos títulos dos trabalhos analisados:

 

Figura 3. Nuvem de Palavras formadas pelos títulos dos trabalhos.

Texto

Descrição gerada automaticamente

Fonte: dados da pesquisa, elaborado a partir do site www.wordclouds.com.

 

Abreu29 enfatiza que o uso da nuvem de palavras é uma forma de visualização que representa a frequência com que as palavras aparecem em determinado contexto, nesse caso, trabalhos da temática ‘competência’ e ‘gestão por competência’,

Além das palavras utilizadas para coleta dos trabalhos por meio da Plataforma Lattes (‘gestão’, ‘competência’), as mais frequentes, em ordem, foram: desenvolvimento, pessoa, estudo, organizacional, empresa, aprendizagem, mesmas palavras encontradas na nuvem do trabalho bibliométrico sobre as publicações na área de administração entre 2006 e 2016.14

 

Periódicos que mais publicaram sobre o assunto e seus respectivos Qualis

O tema ‘gestão de competência’ e ‘competências’ foi encontrado em 557 periódicos diferentes. A Tabela 4 elenca as revistas com mais de 7 artigos sobre a temática.

 

Tabela 4. Lista de periódicos com 7 ou mais artigos publicados sobre a temática ‘gestão por competência’ ou ‘competência’.

Nome do Periódico

Total

Qualis-Adm*

Qualis-Inter*

Espacios (Caracas)

13

-

C

RAUSP Revista de Administração da USP (FEA-USP)

12

A2

B1

RCA. Revista de Ciências da Administração (CAD/UFSC)

11

B1

B2

Revista Alcance (Online)

10

B2

B3

REAd. Revista Eletrônica de Administração (Porto Alegre. Online)

9

B1

B2

RAE. Revista de Administração de Empresas

9

A2

B1

RAM. Revista de Administração Mackenzie (Online)

9

B1

B1

RAP. Revista de Administração Pública (Impresso)

8

A2

A2

GUAL. Revista Gestão Universitária na América Latina

8

B2

B3

Revista do CCEI

7

-

B3

O&S. Organizações & Sociedade

7

A2

B1

Periódicos com 6 ou menos trabalhos publicados

882

Total Geral

985

 

Fonte: Dados da pesquisa e CAPES * avaliação 2017, referente ao quadriênio 2013-2016.

 

Nota-se que os periódicos são predominantes nas áreas de ‘administração’ e ‘interdisciplinar’. O periódico ‘Espacios (Caracas)’ concentrou o maior número de artigos, porém não pertence ao Qualis da administração. Em seguida tem-se o periódico ‘Revista de Administração (FEA-USP)’, no estrato ‘A2’ da administração e ‘B1’ no interdisciplinar, com 12 artigos e a ‘Revista de Ciências da Administração’ da Universidade Federal de Santa Catarina (CAD/UFSC), estratos B1 e B2 das áreas de administração e interdisciplinar, respectivamente, com 11 artigos.

Martins, Costa, Fernandes, Faria, Ribeiro27 também destacam os periódicos Cadernos EBAPE.BR, Revista de Administração Pública - RAP, RAM, RAC, REAd e O&S nos estudos de temas emergentes em gestão de pessoas entre 2011 e 2015.

Bandeira, Arruda, Cabral, Santos22 por sua vez, ressaltam a RAP, RAC e RAUSP, nos estudos de gestão de pessoas na área pública.

 

A produção científica sobre a gestão por competências na área da saúde

Ao analisar a produção científica sobre a gestão por competências na área da saúde, verifica-se poucos artigos publicados. Como já demonstrado, das 2.584 produções sobre competências, apenas 117 (4,53%) tratava-se de pesquisas relacionadas à área da saúde. Destas, 101 tratavam da temática ‘competência’ e apenas 16 da ‘gestão por competências’, o que representa somente 0,62% das publicações. A área de saúde, sob o tema da gestão por competência é pouco estudada pelos pesquisados, segundo os dados encontrado nessa pesquisa.

Os 16 trabalhos sobre gestão por competências na saúde foram publicados entre 2007 e 2018. Apresenta-se junto ao Gráfico 2 o total de artigos em periódicos e trabalhos completos publicados em anais de eventos, relacionados à temática gestão por competência.

 

Gráfico 2. Distribuição dos trabalhos sobre gestão por competências na saúde publicados de 2007 a 2018.

 

 

Os anos de 2010 e 2014 foram os de maior produção, com 3 trabalhos. Não houve publicações em 2009, 2011 e 2016. Nota-se a mesma oscilação das publicações totais sobre a temática das competências, descritas no Gráfico 1.

Dentre as 16 publicações, 8 são artigos em periódicos, 7 resumos expandidos em congresso e apenas 1 trabalho completo em congresso. Dessa forma, os artigos em periódicos representam 50% das publicações, resultado diverso encontrado nas publicações totais sobre o tema. Ao que tudo indica os pesquisadores da área da saúde preferem publicar seus trabalhos em periódicos e apresentar resumos em congresso.

Sobre os autores, a Tabela 5 traz as informações sobre a identificação e instituição de ensino superior à qual estão vinculados.

 

Tabela 5. Autores, respectivas instituições de ensino e tipo de trabalho.

Autor

Instituição

UF

Artigos em periódicos

Resumos em congresso

Trabalhos em congresso

Total Geral

Isabela Pinheiro Cavalcanti Lima

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

RJ

1

 

 

1

Jose Ferreira Lima Junior

Universidade Federal de Campina Grande

PB

 

1

 

1

Maria Jose Menezes Brito

Universidade Federal de Minas Gerais

MG

1

 

 

1

Kely Cesar Martins de Paiva

Universidade Federal de Minas Gerais

MG

 

5

 

5

Isabel Cristina Kowal Olm Cunha

Universidade Federal de São Paulo

SP

4

1

 

5

Conceição de Maria Pinheiro Barros

Universidade Federal do Ceará

CE

 

 

1

1

Thiago Borges Renault

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

RJ

1

 

 

1

Sem identificação

N/D

 N/D

1

 

 

1

TOTAL

 

 

8

7

1

16

 

Todos os autores são de universidades públicas, a maioria da região sudeste do Brasil. Dois pesquisadores se destacam com 5 trabalhos cada, um da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com apresentações de resumos em congressos internacionais e um da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), com publicações em revistas da área da Enfermagem (Revista Brasileira de Enfermagem, Revista Gaúcha de Enfermagem e Revista Nursing).

Ao pesquisar outros trabalhos bibliométricos, também se identificou pouca produção sobre a gestão por competências na saúde. Na análise bibliométrica de Mello, Fonseca, Tondolo, Pinto,25 dos 59 artigos estudados, apenas um era da área da saúde, onde foi caracterizada a matriz de competências (conhecimentos, habilidades e atitudes) para os profissionais que atuam na área de gestão de pessoas de laboratórios e de clínicas médicas de Florianópolis.

Nos estudos de Araújo Júnior, Martins,28 do total de 33 publicações entre 2006 e 2013, também foi identificado apenas um trabalho que analisou a contribuição do modelo de gestão por competência para negociadores dos núcleos de gestão de pessoas estaduais do Ministério da Saúde.

A área de saúde necessita adequar seu capital humano para o desafio da era da globalização e da tecnologia. A gestão das organizações de saúde exige mudanças. Para tanto, é importante a aplicação prática da gestão por competências, identificando e desenvolvendo as competências que irão garantir a manutenção do sucesso no presente e no futuro dos profissionais de saúde.

No entanto, são inúmeros os desafios. Os estabelecimentos de saúde, na sua maioria, reúnem muitos funcionários, nas mais variadas funções, já que atualmente o foco é o trabalho multiprofissional na atenção ao paciente. É preciso ter uma gestão com o olhar e foco em cuidar dos funcionários como pessoas, tratá-los como indivíduos e não apenas como mais um na função. Somente assim é possível desenvolver o que há de melhor em cada um e desta forma buscar o melhor para as organizações e para a sociedade.

 

4. CONCLUSÃO

Este estudo bibliométrico, a partir da análise das informações da Plataforma Lattes, possibilitou apresentar um panorama geral das publicações sobre a gestão por competências e ainda as características desta produção na área da saúde.

De modo geral as publicações se intensificaram a partir de 2007, com oscilações nos anos seguintes e com auge de trabalhos entre os anos de 2010 e 2015. Nota-se queda de estudos desde então, sinalizando que o tema da gestão por competências já não é tão enfatizado nas pesquisas.

Há uma distribuição homogênea nas publicações em periódicos e em congressos, quando comparado os resultados gerais e os específicos da área da saúde. Os autores, na sua maioria, pertencem às universidades públicas da região sudeste do país, com destaque para a UFMG e UNIFESP.

Neste trabalho foi possível identificar que a área da saúde ainda é pouco valorizada nos estudos sobre a gestão por competências. Dos 2.584 trabalhos sobre o tema, apenas 117 se referiam a área da saúde e destes, apenas 16 discutiam a gestão por competências. Sem dúvida é uma área que merece maior atenção e pesquisas, considerando seu papel social e estratégico na sociedade. Em meio a pior crise de saúde do século, o trabalho dos profissionais de saúde tem sido fundamental para o enfrentamento da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Profissionais da linha de frente, eles são responsáveis por cuidar diretamente da medicação, alimentação, reabilitação, necessidades básicas, cuidado psicológico e nutricional dos pacientes e equipamentos de leitos e unidades de terapia intensivas. Muito mais que homenagens e gratidão, esses profissionais da saúde necessitam a devida atenção no desenvolvimento de suas competências, em sua formação contínua e condições de trabalho.

Valorizar a saúde é valorizar e desenvolver as competências desses profissionais. Somente assim será possível a oferta de serviços de saúde com a qualidade que a sociedade requer e com o reconhecimento que eles merecem.

 

 

REFERÊNCIAS

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Recebido: 15 de outubro de 2021. Aceito: 20 de dezembro de 2021

Correspondência: Rosane Cristina Piedade Tamada. E-mail: rosane.tamada@unifesp.br

Conflito de Interesses: os autores declararam não haver conflito de interesses

 

 

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